ANTROP quer aumento do ISP a financiar transporte público.
A Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (ANTROP) defende que a intenção do Governo de aumentar o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) é "negativa", a não ser que parte da receita acrescida seja destinada à promoção do transporte público.
Luís Cabaço Martins explicou que o aumento da carga fiscal sobre os combustíveis pode ser "uma oportunidade" se "uma parte da receita fiscal adicional for canalizada para a promoção do transporte público", como por exemplo para o alargamento do tarifário social aos estudantes com idade inferior a 25 anos.
"É uma notícia negativa para os transportadores, naturalmente, mas penso que se pode ter criado aqui uma oportunidade para o Governo poder desenvolver as suas políticas de defesa e de promoção do transporte público", disse o presidente da ANTROP, citado pela "Lusa".
"Há um conjunto de medidas que este Governo defende no sentido de fazer uma rotura com a política de transporte público do anterior Governo, e que, face à situação financeira do país, é difícil de implementar, e deverá ser aproveitada esta oportunidade para o seu financiamento", acrescentou.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, associou o aumento do ISP, em quatro cêntimos no gasóleo e cinco cêntimos na gasolina, em 2016, à necessidade de recuperar receita fiscal perdida com a redução do preço do petróleo.
Se esse agravamento fiscal vier a potenciar a procura do transporte público, o presidente da ANTROP acredita que será possível “passar o ano de 2016 sem agravamento tarifário”.
"A nossa questão central não passa pelo agravamento de preços, que é uma última medida, mas achamos que podemos passar o ano de 2016 sem agravamento tarifário, mas deverão ser tomadas medidas, designadamente ao nível do alargamento da tarifa social".
Desde que o Governo liderado por António Costa tomou posse, a ANTROP já se reuniu com o Executivo "num clima muito positivo em que foram discutidos vários assuntos que interessam ao transporte público em Portugal", concluiu Luís Cabaço Martins, presidente da ANTROP.
Fonte: Transportes & Negócios (Adaptado)